quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

sabedoria (im)popular (2)

Vejo com quem andas...



... e sei quem finges ser.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

a vida sem internet, ou um pequeno contributo para o autoconhecimento

Contrariamente ao (por mim) esperado, não ressaquei nem passei por uma qualquer síndrome de abstinência por não ter internet em casa.
O regresso à era a.I. foi bastante pacífico e constatei que não sou viciada em blogues ou jornais online e muito menos em redes sociais, que não utilizo, ou jogos de estratégia, que desconheço.
Os momentos que me fizeram sentir a falta da World Wide Web estiveram sempre directamente relacionados com questões de trabalho.
Esta constatação deixou-me feliz e com uma sensação de liberdade, responsabilidade e equilíbrio… até ontem. Numa tentativa de recuperar o “tempo perdido”, passei mais de duas horas a abrir e a fechar páginas, sem fazer nada e desperdiçando tempo que me teria sido tão útil e necessário noutras actividades.
Conclusão: posso não ser viciada, mas não tenho capacidade de autocontrolo.

da 7ª arte (2)


Não me convenceu.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

telegrama

Semana infernal. Stop. Mais de 12 horas de trabalho por dia. Stop.
Placa de internet avariada. Stop.
Partida, amanhã, do aeroporto da Portela. Stop. Destino: Paris. Stop.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

tudo o que é demais...

A capa da Vanity Fair está a causar polémica por ter incluído apenas actrizes brancas na sua selecção de “actrizes que vão mandar em Hollywood nos próximos anos”.
Esta mania do politicamente correcto torna-se extremamente cansativa e… incorrecta.
Serei a única a considerar que se se estiver sempre a pensar em quotas para não ferir susceptibilidades, se está a ter uma atitude paternalista, nada prestigiante para as alegadas vítimas de discriminação e que quase roça a esmola?




sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

sabedoria (im)popular

Não faças hoje...


... o que podes guardar para amanhã.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Tragicomédia em dois actos



Personagens: aluna, professora, director de turma, encarregada de educação.

Acto I

17h20m. Sala de aula.

A aluna afirma não ter telemóvel, mas, alguns minutos mais tarde, é apanhada a enviar mensagens. Após alguma resistência, a professora retira-lhe o telemóvel e entrega-o ao director de turma que informa, telefonicamente, a encarregada de educação. A mãe, detentora de cordas vocais invejáveis, mostra desagrado pela atitude da professora e do director de turma e avisa que, apesar de no corrente ano lectivo nunca ter tido tempo para ir à escola, estará na escola na manhã seguinte para reaver o telemóvel.

Acto II

08h20m. Porta da escola.

Gritaria, ameaças, insultos. Mensagem transmitida: a filha é dona do telemóvel e pode usá-lo quando e onde entender, ninguém tem nada a ver com isso. São rogadas pragas à professora, ao director de turma e às respectivas famílias até à terceira geração.

Epílogo provável

Num gabinete longínquo, afastado de tudo e de todos, um psicólogo americano observa o caso através da sua vasta experiência em estudos de caso no papel e afirma, num monólogo que durará ad eternum, que nesta peça existe uma personagem maquiavélica, insensível e irresponsável: a professora, que conta com a cumplicidade do director de turma, personagem também caracterizada por um desequilíbrio comportamental e desajustado da sociedade.


Peça em cena no palco de uma escola bem perto de si. Assisti à antestreia.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O tempo que não passa…


É incrível que o tempo passe por nós sem que nos apercebamos e só reparemos que ele passou pela imagem que recebemos dos outros.Lembro-me que quando era criança ouvia muitas vezes a minha avó, com idade já bastante avançada, afirmar “Aquela rapariga é da minha idade” ou “Há muito tempo que não via aquele rapaz”. Eu procurava-os com o olhar e surpreendia-me ao constatar que a rapariga ou o rapaz eram uma senhora ou um senhor com uma respeitável cabeleira branca, ou a ausência dela, e que tinha no rosto as marcas deixadas pelas experiências da vida.Mais tarde, observei que também os meus pais se referiam da mesma forma a pessoas que, não tendo ainda uma idade tão avançada, também estavam longe de ser o que eu considerava um rapaz ou uma rapariga. Para mim era muito estranho que eles não compreendessem que as pessoas a quem se referiam eram adultos! Eram os pais dos meus amigos e colegas da escola e esses sim eram rapazes e raparigas… como eu!Continuo a surpreender-me, mas já não com estes comentários. Agora surpreendo-me quando encontro rapazes e raparigas que foram meus colegas e verifico que dos meninos que eu conheci não restou nada além da cor dos olhos, do cabelo e algum gesto ou expressão. Agora são independentes, trabalham, formaram as suas famílias e muitos têm filhos. Os rapazes e as raparigas que brincavam comigo ou faziam tropelias na escola, agora são o bancário, o enfermeiro, o dono do café, o vendedor, o professor, o polícia, o advogado, o desempregado, o dentista, o mecânico ou o psicólogo…Colocaram de lado a bola, as bonecas e os carrinhos. Já não usam mochila e quando compram cadernos, lápis e borrachas são para os filhos e interessam-se pelo preço. Já não correm na rua ou quando o fazem não se divertem, fazem-no com um ar comprometido ou furioso e é apenas para não chegar tarde ao emprego ou para não perder o autocarro.Se me ocorre, em alguma circunstância, ser atendida por algum deles que não me reconhece trata-me por “senhora” e já não me tentam subornar para que os ajude nos testes em troca de lápis de colorir ou de uma pedra de forma irregular. Também já não discutimos para decidir quem tem o pai mais forte, o irmão mais chato ou a professora mais bonita.Sabem o valor do défice, o preço da gasolina e o valor da prestação da casa mas não sabem o nome de todas as bonecas, quantos carros vermelhos passaram na rua na última meia hora nem quantos tinham matrículas com capicuas. Já não dizem ser o Homem-Aranha, a Super-Mulher ou o Batman. Alguns até esqueceram tudo o que queriam ser de tão ocupados que estão e se alguém lhes lembrar, provavelmente, vão dizer que é um disparate, uma idiotice de quem não cresceu e vive preso a recordações de infância.Ganharam idade, ganharam poder, há quem diga que ganharam juízo. Tomam decisões, resolvem problemas, dão ordens fundamentadas por vezes, outras vezes apenas “porque sim” ou “porque não” como as que detestavam receber quando eram crianças. Alguns aprenderam técnicas infalíveis na arte de negociar ou seduzir e têm sucesso numa ou em ambas. Mas perderam a capacidade de se encantarem com uma gota teimosa que entra pela janela mal calafetada, com as poças de água nos dias de chuva ou com a lagarta verde que se passeia vagarosamente na folha de couve.Também eu cresci. Também eu não sou a menina que era… Somos todos adultos, mas para mim são, e continuarão a ser, o rapaz ou a rapariga que brincava no recreio ou no jardim. E, mesmo com o actual cabelo grisalho de alguns e com o futuro cabelo branco e mobilidade reduzida de todos, vê-los-ei sempre com um sorriso no olhar, a brincar e a correr pela vida fora.









confissões nocturnas

Após doze horas de trabalho, nada me poderia saber melhor do que um serão
no conforto do meu sofá e uma noite de cinema em casa.



Paris, Cédric Klapisch