quarta-feira, 20 de abril de 2011

uma questão de prioridades



Eu e a minha irmã somos completamente diferentes. Temos gostos e preferências diferentes, objectivos de vida distintos, formas de ver o mundo que se opõem. No entanto, num aspecto somos idênticas: deixamos que a família ocupe um lugar de destaque na nossa vida. Por essa razão, além de lhe dedicarmos alguns fins-de-semana e algum do nosso tempo de férias, pelo menos uma vez por mês usamos a tarde de sábado para, juntamente com a nossa mãe, passear, ir às compras, lanchar... Falamos de futilidades e de assuntos importantes, partilhamos preocupações ou alegrias, desenvolvemos a capacidade de aceitar as nossas diferenças e, por vezes, também nos desentendemos e chego, por instantes, a arrepender-me dos 300 kms percorridos para usufruir daquele momento.
Às vezes, parece-me que somos bichos raros num mundo em que os jovens adultos parecem não ter família. Contudo, para mim, não faz sentido que façamos sacrifícios para conseguir conciliar a vida profissional com a vida social e amorosa e que a família – aqueles que desde que nascemos nos orientaram e, à sua maneira, nos deram apoio – seja esquecida como as roupas que deixámos de usar ou os brinquedos que guardámos no sótão, sendo ultrapassados por tudo e por todos, até mesmo pelos 500 amigos do Facebook.