quarta-feira, 18 de julho de 2012

achadores


Há pessoas com quem nos cruzamos na escadaria do prédio, no metro ou na cafetaria da esquina que acham que sim senhor, o governo faz muito bem em despedir professores e que aumentar o número de alunos por turma, eliminar disciplinas e ofertas formativas são ideias muito boas porque “quando eles querem aprender, aprendem”. São pessoas que também consideram... Não, não consideram. Acham. Estas pessoas, geralmente, acham tudo.  São pessoas que acham que fechar serviços de urgências também não faz mal nenhum, porque há muitos serviços de urgências a funcionar.  E, cá para mim, no seu íntimo devem pensar que se alguém morrer antes de conseguir ser atendido pode ser um funcionário público, um desempregado ou um velho reformado  (já se sabe que as pessoas que trabalham não têm tempo para essas coisas) e sempre é menos um ordenado, subsídio ou reforma a pagar. E eu ando a ficar mesmo muito triste. Porque do governo eu não espero nada há muito tempo, mas das pessoas que todos os dias se esforçam para fazer alguma coisa e que vivem do seu trabalho, sem cunhas e benesses, esperava muito mais.