quarta-feira, 6 de outubro de 2010

mudam-se os tempos, mantêm-se as vontades...

Todas as tardes, enquanto eu vou caminhar, ele prepara o jantar. Para nós isto é normal. Tão natural como eu ficar a arrumar a casa enquanto ele vai a uma prova de BTT, ou eu ir deitar-me a ler um livro enquanto ele lava a loiça, ou eu aspirar a casa enquanto ele descansa um pouco no sofá. Mas parece que, aos olhos dos outros, só é aceitável que seja eu a dedicar-me à lida doméstica e ele ao descanso ou ao lazer. Parece que eu devia dizer “ele faz-me o jantar”, “ele lava-me a loiça” e ficar eternamente grata por ter ao meu lado alguém que entende que as tarefas não se devem dividir por sexo, mas por preferências, por estados de espírito, por disposição e capacidade.
Entender a divisão de tarefas como algo natural, óbvio e obrigatório ainda é pecado no século XXI. E, dizem, sou muito mal agradecida e estou muito mimada; se eu soubesse o que há por aí...