domingo, 17 de julho de 2011

Podemos chamar-lhe resiliência



Algumas pessoas têm a sorte de crescer com adultos que lhes transmitem que os erros fazem parte do crescimento, que não conseguimos evitar todas as quedas (e que elas contribuem para nos fortalecer) e que mesmo quando tudo corre mal é importante levantar a cabeça, olhar em frente, procurar um novo caminho e sorrir. E eu sinto tanta inveja!
A mim ensinaram-me (ou tentaram ensinar-me) que não se pode errar, que cair é uma vergonha e que sorrir quando tudo corre mal é sinal de falta de responsabilidade e de maturidade.
Até ao fim do secundário foi-me incutida a obrigação de ter sempre a melhor nota e não me recordo de me terem perguntado se me sentia feliz. Perante os meus desejos de aprender ou realizar actividades extra-escolares as reacções oscilavam entre “Isso vai servir-te para quê?” e “Não vais ser capaz.”
Com persistência (sim, que eu não sou teimosa!)segui o caminho que decidi ser o melhor para mim e o que me fazia mais feliz, mesmo que para isso tenha sido olhada de soslaio muitas vezes e tenha ouvido muitas palavras de desencorajamento e de desconfiança.
Sozinha, aprendi (e continuo a aprender) que não há percursos sem obstáculos, que recomeçar é sempre uma opção e que a vida, quando encarada com optimismo, pode ser muito melhor.
Agora, sinto-me em condições para afirmar que, se aquilo que somos é em grande parte o reflexo da educação que tivemos, a verdade é que os valores e as prioridades que nos foram incutidos não nos condicionam de forma definitiva e aquilo que temos dentro de nós pode sempre vir à tona, basta darmo-nos essa oportunidade.