quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sobre o uso de maiúsculas



Tenho pena que o Valter Hugo Mãe tenha deixado de utilizar exclusivamente minúsculas. Detesto letras maiúsculas. mesmo!




O filho de mil homens


Quando li “o remorso de baltazar serapião” achei-o muito duro e excessivamente violento. Nunca ponderei abandonar a sua leitura, mas sentia urgência de chegar ao fim e libertar-me daquela família e daquelas personagens. Durante muito tempo não voltei a pegar num livro do Valter Hugo Mãe. Não me atrevia. Agora não resisti à esmagadora campanha de marketing que tem sido feita para o lançamento d' "O filho de mil homens" e às entrevistas que o autor tem dado a vários jornais e revistas. Ainda meio desconfiada, e porque agora não me sinto com disposição mental para murros no estômago, li alguns excertos na fnac, mas acabei por trazê-lo para casa.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desmistificando a não adesão ao facebook


Há pessoas que se espantam muito por haver quem ainda não se tenha rendido ao facebook. Acham que tem de haver uma razão muito forte ou, quiçá, uma filosofia de vida recheada de argumentos pertinentes e muito bem fundamentados. Confesso que, à falta de outro assunto, já me deixei arrastar no discurso da defesa da privacidade e da primazia que, actualmente, é dada à vida virtual em detrimento da vida real e outras balelas que serviram para ocupar os minutos que teriam sido passados a falar do tempo. No entanto, a verdade é que não aderi ao facebook pela mesma razão que me faz não comprar um triciclo: neste momento não me serviria para nada. Apenas isso. Sem qualquer floreado ou justificação.




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

É por estas e por outras que, para mim, as teorias de gestão de tempo são apenas isso, teorias!


Acabei de entrar em casa e tenho três tarefas para executar:
1 - preparar o trabalho para amanhã (Importante e Urgente)
2 - passar a ferro a roupa que preciso para amanhã (Importante e Urgente)
3 - terminar o livro do David Lodge (Importante)

Todo e qualquer manual de Gestão de Tempo me diria para realizar já uma das duas primeiras tarefas, deixando a terceira para o fim, mas a minha vontade diz-me que se terminar o livro agora ficarei com uma maior disponibilidade mental para as outras duas. Neste caso, como em muitos outros, é a minha vontade que manda.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

a vida social do A



Quando se tem um nome iniciado por uma das primeiras letras do alfabeto, existem muitas probabilidades de se ser o primeiro contacto no telemóvel de muita gente: amigos e nem por isso, colegas queridos e intragáveis, conhecidos e assim-assim. Isso pode ser bom ou não ter qualquer importância, mas também pode tornar-se desagradável quando recebemos algumas mensagens que, claramente, não nos eram destinadas ou quando recebemos telefonemas por acidente. Neste último caso a situação pode tornar-se ainda mais confrangedora se a pessoa em causa decide omitir que telefonou por lapso e finge que tinha mesmo interesse em ligar, inventando uma conversa desinteressante e forçada e obrigando-nos a compactuar nessa farsa, fazendo-nos lamentar não nos chamarmos Zuleica.



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Há situações que ocorrem com muita frequência e pode ser interessante saber o nome que lhes devemos dar




Efeito Lombard - tendência que as pessoas têm para elevar o tom de voz quando se encontram expostas a ambientes ruidosos.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Malgré les chaussures...



Eu também tenho as minhas preocupações com a imagem, por isso, submeti-me (sim, é mesmo este o verbo que quero utilizar) a um alisamento com queratina há exactamente três semanas. Prometeram-me resultados durante três meses. Por enquanto, estou completamente satisfeita e já recuperei, há muito, as quatro horas que passei no cabeleireiro.
Claro que não há almoços grátis e estou certa de que em breve os meus braços acusarão a falta de exercício diário, mas em Novembro, findos os três meses, lá voltaremos a encontrar-nos para sessões diárias de tonificação muscular com recurso ao secador e à escova. A beleza natural é um mito.

Testando a sabedoria popular


A minha avó costumava dizer que "A quem dói o dente que busque o barbeiro*", o que pode fazer todo o sentido. No entanto, nos dias que correm, muitas vezes aquele a quem doeu o dente considera que o barbeiro tinha a obrigação de adivinhar e devia tê-lo procurado e, por isso, trata de reclamar junto do gerente da barbearia. No preciso momento em que escrevo, tenho quase a certeza de que é o que está a acontecer, sendo que eu sou o barbeiro. No entanto, retornando à sabedoria da minha avó, lembro-me de lhe ouvir muitas vezes que "Quanto mais a gente se abaixa mais o rabo lhe aparece" (sendo uma mulher do campo pouco dada a preciosismos linguísticos, em vez de rabo dizia "cu"). Este adágio popular também me parece fazer todo o sentido. Assim sendo, e voltando ao início desta história, eu sou neste momento o barbeiro que não quer mostrar o rabo.

* Os dentes da minha avó, tal como os dos restantes habitantes da aldeia, não conheceram um dentista, apenas o barbeiro.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pode ser deformação profissional,


mas a sugestão do comissário alemão, Gunther Oettinger, de se colocarem as bandeiras dos países endividados a meia haste nos edifícios das instituições europeias recordou-me as antigas pedagogias (?) que colocavam orelhas de burro nos meninos menos capazes.


terça-feira, 6 de setembro de 2011

A vida deve ser tão fácil para quem não gosta de estudar...



Havia aquele curso ao qual eu não conseguia resistir, apesar de estar consciente de que não iria aprender grande coisa, e agora aparece-me mais um onde posso aprender bastante, pois é toda uma nova área a explorar, mas que me é menos necessário (embora o outro também não o seja), me ocupará mais tempo e é mais caro.
Até posso considerar conciliar os dois, mas não me sobraria tempo para respirar. Sim, apenas para respirar, pois com os cinco cêntimos que me restariam na carteira não poderia fazer muito mais.
Luz. Preciso de luz.




Religião e futebol: descubra as diferenças



Leio na página do Público que "Jesus é quem mais comentários e "gostos" gera no Facebook", penso, imediatamente, que se estão a referir ao treinador do Benfica, mas não, é Jesus Cristo, o próprio. Logo a seguir, o Público afirma "Evangelista "convencido" que Ricardo Carvalho vai voltar à selecção" e eu para os meus botões "Ah! desta vez não me enganam, devem ter entrevistado um adepto evangelista e muito crente!". Não. Agora referem-se a Joaquim Evangelista, presidente do sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol. Desisto, já me está a parecer muita promiscuidade.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Não é bem assim, Sr. Ministro


Numa entrevista à revista Única, Nuno Crato afirmou
Vejo os rankings como uma ajuda a ler os dados disponibilizados. É muito importante que os pais percebam que há escolas a funcionar muito melhor do que outras. E isso é um incentivo a todas para que melhorem.”

É preciso recordar que os rankings são elaborados com base nas classificações obtidas nos Exames Nacionais. Para os rankings pouco importa se a escola se situa na Lapa ou na Damaia, se os alunos que a frequentam têm explicadores ou familiares que os ajudam ou se, pelo contrário, são os únicos da família que sabem ler e escrever. Não importa se os pais acompanham os resultados escolares e servem de inspiração para os seus filhos, motivando-os a terem aspirações mais elevadas, ou se nem sequer sabem em que ano de escolaridade estão matriculados (ou o filho nem sabe por andam os pais). Há crianças que após as aulas têm apoio para a realização das tarefas escolares e outras, porém, que têm de ajudar os pais a cavar batatas ou tratar do gado. Alguns meninos regressam do fim-de-semana com aprendizagens realizadas em passeios ou viagens e outros perguntam-nos se vimos na tvi a rusga que houve lá no bairro e em que levaram o irmão mais velho. Não estou a exagerar em nenhuma das situações e conheço exemplos de todas.
Claro que há crianças oriundas de meios sociais muito favorecidos que são alunos medíocres e crianças que crescem num contexto social problemático e são alunos brilhantes, mas falo de maiorias. Das maiorias que, em certas zonas, frequentam determinada escola.
Não quero desresponsabilizar a escola. Em condições adversas há escolas que fazem um trabalho magnífico e outras que, em situações menos difíceis, funcionam mal e não se empenham num projecto colectivo de melhoria. Naturalmente, em ambos os casos deve haver uma análise e a consequente definição de medidas a manter e/ou a implementar. Não me digam é que os rankings servem para os pais saberem quais as escolas que funcionam bem ou mal, porque isso não é, de todo, verdade.




Imagem usada por Miguel Santos Guerra num seminário sobre este tema.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sacudir a água do capote



Embora consciente de que me vai ocupar muito tempo e de que, provavelmente, não irei aprender muito mais, não consigo resistir a inscrever-me num determinado curso. Mantenho, contudo, a secreta (e envergonhada) esperança de que não se consiga reunir o número mínimo de alunos exigido para o seu funcionamento.



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

As férias toldaram-me as memórias



Ou isso, ou quem cresce numa vilazinha do interior, por muitos banhos de cidade que leve, continua a ter dificuldades em fazer uma adaptação rápida à hostilidade urbana.
Só para dizer que não me lembrava que 90% do meus colegas não responde a um cumprimento.

Observação: não foram considerados para esta estatística sons semelhantes a grunhidos, nem as respostas obtidas após uma abordagem muito, mesmo muito, directa.