quarta-feira, 7 de abril de 2010

dó ré mi fá sol lá si

Quando vou para as aulas de guitarra há uma sensação de superioridade que me acompanha. Coloco a guitarra às costas e passeio-me pela rua, quase inchada de importância, sem perceber por que razão não sou abordada para distribuir autógrafos, qual estrela de rock & roll…
Não percebo que os transeuntes (gente vulgar que vagueia pelas ruas sem uma viola no saco e transportando as compras do Lidl ou do Minipreço) não fiquem fascinados comigo e não façam esforços inimagináveis para que eu partilhe com eles os meus vastíssimos conhecimentos musicais ou a magia das minhas composições.
Após seis aulas, noto que esta sensação tende a decrescer. O meu receio, agora, é que daqui por mais algumas aulas também eu considere banal passear-me com a viola às costas e que o passo seguinte seja o desaparecimento do meu fascínio pelo sol, o dó ou o fá (e que difícil que é este fá, senhores!!!)