Aos 30 anos, tal como aos 15, há mulheres que, apesar de se estarem nas tintas para o mar e tudo o que lhe diga respeito, continuam a ficar fascinadas por um tipo porque "ele pratica surf, sabes?". Ou que são duríssimas de ouvido, mas que se derretem com um fulano qualquer porque "Opá! Sabes que ele é baterista num grupo de hard rock?" Sim... sim... sei isso tudo, já mo disseram várias vezes. Aliás, parece que, respetivamente, isso é tudo o que há a dizer.
Perante todo este fascínio, desatam a considerar que uma sms por semana ou um like no facebook são a constatação de que ele também está interessado. Depois, como se não houvesse aqui já muitas semelhanças com comportamentos adolescentes, ainda há as súbitas e intensas amizades com as pessoas que lhes dão informações e relatórios completos sobre todos os passos diários do fruto de tanto amor.
Aos 30, tal como aos 15, não consigo manter os meus níveis de interesse e entusiasmo muito elevados e, rapidamente, deixo de ser procurada para servir de público no relato dos (não) desenvolvimentos e torno-me numa pessoa muito pouco popular.