quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

o clique

Não é raro passar muito tempo sem telefonar aos amigos que não encontro com frequência. Quando me justifico com a falta de tempo, custa-me a acreditar e oiço-me dizer "pois, pois... desculpa esfarrapada. Arranjamos sempre tempo para fazer aquilo que queremos e, afinal, um telefonemazinho faz-se (quase) em qualquer lugar". E fico envergonhada. Penso que sou a pior amiga do mundo, uma egoísta sem tempo para os outros e patati patata. No entanto, sei que isso não é verdade, mas perante a dificuldade em me perceber desisto de pensar no assunto.


Hoje deu-se o clique e consegui entender. Não deixo de telefonar por falta de tempo, mas por falta de tempo de qualidade. Sou incapaz de telefonar a um amigo que não vejo há dois meses enquanto faço as compras de supermercado ou quando viajo nos transportes públicos, enquanto espero que me atendam no restaurante ou quando disponho apenas de cinco minutos para conversar. Quando telefono a alguém com quem não me encontro frequentemente faço-o com a intenção de falar e de ouvir, de contar e saber as novidades e, também, trocar ideias. Faço-o com o objectivo de lhe dedicar algum do meu tempo. Em regime de exclusividade.


Além disso, também não gosto de me sentir um operário na linha de montagem e, por isso, não faço dois ou três telefonemas seguidos. Dou-me tempo para absorver o que partilhado.


Nesta situação, como em muitas outras, prefiro a qualidade à quantidade.



quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

E sobre o tema do momento


só tenho a acrescentar este esclarecimento linguístico:

Os termos presente e prenda usam-se indistintamente com o significado de oferta, mas há, efectivamente, uma certa diferença entre eles. Com a palavra presente queremos dizer que a nossa oferta é símbolo da nossa presença. Por meio da oferta dizemos que estamos presentes. E a verdade é que, quando nos ausentamos, o objecto que oferecemos faz com que sejamos lembrados, faz perdurar a nossa presença junto de quem o recebeu. Presente é um substantivo formado do adjectivo presente (do latim ‘praesente-‘). Com a palavra prenda queremos dizer que entregamos à pessoa algo que faz com que ela fique de algum modo mais enriquecida, possuidora de algo com valor (não forçosamente material) e ainda que nos sentimos penhorados, que aquilo que oferecemos é uma garantia do nosso carinho, da nossa amizade, ou mesmo do nosso agradecimento, ou que é uma recompensa, um prémio. Esta palavra provém do latim ‘pignora-’ (= refém)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Adenda ao post de dia 19

Onde se lê "estes motivos natalícios..." deve ler-se "estes motivos alusivos ao Ano Novo..."

PS: É a isto que se chama "reutilizar" :)


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Natal é...


... o momento de fazer as malas e ocupar, por uns dias, o sofá da mamã.



terça-feira, 21 de dezembro de 2010

(des)temperamentos

Não me venham com aquela conversa de "Fulano ou sicrano tem um temperamento difícil (eufemismo para é uma besta intratável), mas desculpamo-lo porque é muito bom profissional". Desde quando é que o profissionalismo e a arrogância têm de vir no mesmo pacote?
Não espero que toda a gente seja um doce, nem sequer aprecio excessos de simpatia, peço apenas que todas as pessoas tratem os outros como pessoas que lhes merecem respeito, sem parecer que lhes estão a fazer um grande favor por lhes dirigirem a palavra, e que falem em vez de lançarem farpas sem sentido em todas as direcções. Simples, parece-me.
Sim, fulano ou sicrano, apesar de ser insuportável, pode até ser um bom profissional, mas seria, certamente, bem melhor se estivesse mais disponível para os outros e para partilhar saberes e experiências. Os repelentes devem ser usados com moderação.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Estes motivos natalícios que pairam pelo blogue





servem apenas para provar que, por vezes, sou muito dada à piroseira (ou direi antes ao
kitsch?)






sábado, 18 de dezembro de 2010

Há séries e séries

e esta vale mesmo a pena.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

jantar com quem?

Nos últimos dias (e adivinho que nos próximos também), de forma mais ou mais secreta, toda a gente se queixa dos jantares de Natal organizados pela empresa ou local onde trabalha: são uma treta, atura-se o chefe e os imbecis dos colegas, as conversas e o divertimento são artificiais, trocam-se prendas compradas nas lojas dos chineses, é preciso fingir que se achou piada à piroseira oferecida pelo amigo secreto e mais umas quantas coisas que agora não me estão a ocorrer.
Mas quem vai a esses jantares? Os colegas. Os mesmos com quem se trabalha diariamente. Ou seja, previamente, já se deverá saber se se tem vontade, ou não, de passar uma parte do tempo livre com aquelas pessoas.
Penso que será fácil deduzir que quem acha esses jantares horríveis é porque não quer passar mais tempo com os colegas. Então, vai ao jantar porquê? Não deverá pensar se vale a pena?

Para ajudar a tomar a decisão mais acertada, basta responder a estas perguntas:

1. Gosta de passar tempo com os seus colegas?

Sim Então, vá ao jantar sem preconceitos e divirta-se.
Não Responda à questão nº. 2.

2. Nas funções a desempenhar consta a participação em encontros sociais com os colegas em horário pós-laboral?

Sim - Então, vá. Ossos do ofício.
Não – Responda à questão nº. 3.

3. Quer dar graxar ao chefe para ter uma melhor avaliação e/ou mais oportunidades de progressão?

Sim - Então, vá. Vida de engraxador é difícil.
Não – Não pense mais nessa treta de jantar. Use o tempo livre para fazer aquilo que lhe dá na real gana.

Educação (?!)

A mãe de um miúdo de doze anos confidenciou-me que, não tendo possibilidade económica de comprar umas botas Timberland, comprou uma imitação na feira, pediu a uma vizinha que trabalha num centro comercial que lhe trouxesse um saco da marca e surpreendeu o filho oferecendo-lhe as botas que ele queria. Perguntei-lhe se não teria sido preferível explicar-lhe que o orçamento familiar não permite que se comprem botas de 120 euros, havendo outras mais baratas que também são boas e bonitas. Disse-me que não, nem pensar. Não quer que o miúdo saiba que têm dificuldades económicas; quando crescer vai ter muito tempo para saber que a vida é dura. Ok... Se calhar a minha insensibilidade e incapacidade para perceber estes princípios educativos deve-se ao facto de não ter filhos.
Neste momento, o miúdo anda feliz da vida e, constantemente, goza com os colegas que, coitados, são pobres e não têm botas de marca.
Ah! É verdade: já colocou uma fotografia das ditas no Facebook.

falando do tempo...



A minha relação com a meteorologia é... inexistente. Exceptuando os dias em que fico encharcada até ao tutano e tenho de passar assim o dia, estou-me absolutamente nas tintas para as condições atmosféricas e, na maior parte das vezes, quando a minha mãe (que consegue passar dez ou quinze minutos a descrever-me a forma e tonalidade das nuvens, a temperatura, a força do vento, a quantidade de água que caiu ao longo do dia) me pergunta ao telefone “então, como esteve o dia por aí?” eu nem sei responder e digo o que me ocorrer no momento.
Não, não trabalho em casa, não me desloco diariamente de carro, não tenho ar condicionado em casa nem no emprego. Trabalho a uma distância de cerca de 35 a 40 minutos, que faço usando transportes públicos e a pé, e quando consigo trabalhar numa sala que tenha todas as janelas em condições e portas que fechem já é uma sorte. Apenas não tenho qualquer obsessão pelo clima. É simples.



terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Piropos



“- Tem lume?
- Não. Não fumo...
- Eu também não. Antes assim. Ia começar a fumar por sua causa...”


José Eduardo Agualusa, As Mulheres do Meu Pai






domingo, 12 de dezembro de 2010

Ai... estes fins-de-semana cheios de glamour...

Roy Lichtenstein - Washing Machine

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Não consegui manter-me imune à loucura das compras


... mas uma viagem para Bruxelas (exactamente no fim de Janeiro, quando eu pretendia passar um fim-de-semana fora) a 3 euros pareceu-me irrecusável!




a inveja tem sexo



Numa conversa ocasional, com homens, afirmo que o Ferrari não me seduz de todo e que não é um carro que eu ambicione conduzir. Eles lamentam a minha falta de gosto e a conversa continua a fluir alegremente.
Numa outra conversa entre mulheres, confesso que não gosto da carteira Chanel 2.55, acho-a feia e sem graça. Olhares de horror recaem sobre mim, a conversa termina abruptamente e pouco depois, quando me afasto, alguém sussurra que tenho é inveja.

domingo, 5 de dezembro de 2010

as pessoas sensíveis do século XXI



as pessoas sensíveis do século XXI…
… interpretam sentimentos escondidos em textos rebuscados, mas não entendem as palavras que lhes são ditas directamente...
… comovem-se com os heróis dos romances e dos filmes que vêem no cinema ou com as personagens de blogues ou “facebookianas”, mas ignoram as pessoas com quem partilham os dias e a vida…
… adoram animais perdoando-lhes todos os caprichos, mas gritam às pessoas de quem dizem gostar quando são contrariadas...
… comovem-se com as campanhas de solidariedade nacional e internacional e participam em cadeias de generosidade, mas negligenciam as pessoas necessitadas do seu bairro…
… partilham todos os momentos com os amigos virtuais, mas não têm tempo para conviver com os amigos e familiares.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dicas de poupança


Quando penso em fazer compras que não são essenciais, converto o preço em dias de trabalho.

Comigo resulta lindamente!







constatações (6)



Dizem-me muitas vezes “segunda-feira à tarde livre? Sortuda! É óptimo para ir ao cinema ou mesmo às compras!” Sim, sim... Sentei-me a trabalhar às 14:30, parei cerca de meia-hora para fazer um lanchinho e só agora reparei que é hora de jantar. E esta segunda não foi excepção. Excepção foi aquela em que resolvi ir ao cinema e desperdicei hora e meia a ver “orar, amar, rezar”

domingo, 28 de novembro de 2010

Com esta é que eu não contava...

Este fim-de-semana, tornei-me uma wiimaníaca.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Greve Geral

Para os que não puderam deixar os filhos na escola, para os que tiveram de adiar uma consulta marcada , para os que tiveram de sair de casa duas horas mais cedo porque não puderam usar os transportes públicos, para os que não puderam resolver assuntos burocráticos na loja do cidadão...
- têm a certeza de que a vossa revolta está bem direccionada?
Folheando os jornais, é fácil encontrar alguns exemplos que poderão ajudar a encontrar a resposta...

“Os salários dos administradores da Fundação Cidade de Guimarães (FCG) vão sofrer um corte de 30 por cento no início do próximo ano (...) o vencimento da presidente da FCG, Cristina Azevedo, passa de 14.300 para dez mil euros (...)os restantes 17 membros passam a receber 210 euros por reunião, em lugar dos actuais 300.” Público, 19/11/2010

“Três milhões de euros por dia. Foi este o lucro líquido registado pelos três maiores bancos privados portugueses no primeiro semestre do ano(...). No total, BCP, BES e BPI arrecadaram, nos primeiros seis meses, 544,9 milhões de euros, mais 62,2 milhões do que no mesmo período de 2009. Em contrapartida, os impostos pagos corresponderam a um terço do valor pago no primeiro semestre de 2009: 33,8 milhões de euros contra 108,6 milhões há um ano. Ou seja, pouco mais de 6% dos lucros registados.” Diário de Notícias, 29/07/2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cenas de todos os dias…

...num metro perto de si.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dos prazos de validade

Há cerca de três ou quatro anos decidi abolir da minha vida as amizades com prazo de validade limitado. Decidi fazê-lo usando o método mais simples e menos falível: fechando a porta ao desenvolvimento de afectos que sei que, por razões contextuais, terão apenas uns meses de duração.
Como em todas as decisões, há a possibilidade de errar e de haver arrependimentos, e assim tem sido. Aliás, este processo é cíclico: em Setembro decido e em Julho arrependo-me da decisão anterior e substituo-a pela decisão de não insistir no mesmo erro.
Há na minha atitude um enorme egoísmo, uma preservação idiota e, talvez, injustificável. Creio que terei receio de dar mais de mim do que aquilo que recebo em troca, o que confirma, como sempre suspeitei, que o adjectivo “altruísta” não se me aplica de todo.
Sei que perco bastante quando uso este escudo. Perco muitas coisas que seriam muito positivas, mas perco também, e que não é de somenos importância, a possibilidade de me desiludir uma e outra vez até encarar as desilusões como parte integrante da vida e não como um bicho papão do qual nos devemos proteger.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

15 de Novembro - Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa




Muito raramente um anúncio publicitário transmite uma mensagem tão bonita.

domingo, 14 de novembro de 2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ah!... estas verdades...





A dificuldade das palavras simples


Para explicar o significado de “confortável” a uma criança para quem o português não é a língua materna, recorri a uns vinte exemplos muito diversificados, utilizando roupa, sapatos, viagens em vários meios de transporte, etc., etc., etc....
Uma semana mais tarde, quis provar-me que ainda sabia e deu-me a seguinte explicação: “No autocarro, uma pessoa gorda senta-se, não é confortável”. Pedi um esclarecimento. Resposta: “É aquilo do sapato.”
Nova explicação, novos exemplos. Na próxima semana saberei se consigo melhores resultados.


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dos maus exemplos



Num dos jornais do fim-de-semana li que o número de famílias que recorrem às instituições de apoio e de distribuição alimentar está a aumentar. Eu leio e lamento, mas não consigo ignorar uma realidade que eu conheço. Perto da casa da minha mãe, numa vila do interior, situa-se um centro social que, com uma certa regularidade, entrega um cabaz de alimentos aos carenciados. Não é raro ver os “pobres” a deitarem fora o arroz, o esparguete ou outros alimentos porque não são da marca que gostam.
Quero acreditar que isto não reflecte a atitude da maioria daqueles que pedem ajuda, mas desde o momento em que eu própria presenciei uma destas selecções nunca mais contribuí para o banco alimentar ou outro peditório desse género. Estarei a ser injusta? Talvez, mas não mais do que aqueles que deitam fora a ajuda que lhes é dada, muitas vezes, com sacrifício.

sábado, 6 de novembro de 2010

Descalça, sei o que fizeste no Inverno passado



Comeste como se não houvesse amanhã e, agora, em quase todas as roupas do último Inverno cabem duas Descalças.




sexta-feira, 5 de novembro de 2010

pontos de vista



Ouvir ou ler notícias sobre a crise em todos os órgãos de comunicação, para mim, não é chato, é preocupante.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

lição da semana


Nunca devemos fazer mais do que a nossa obrigação. Mesmo que pensemos que vale a pena prescindir de parte da nossa vida pessoal em prol de terceiros, devemos fazer apenas aquilo que temos mesmo de fazer, sem desvios, sem prolongamentos, sem pretensões de melhorias.
É triste, mas não podemos desprezar aquilo que aprendemos.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

E passar a ferro, senhores, haverá tarefa mais imbecil?





Desde já, a minha palavra de admiração e apreço por todas as engomadeiras, mas, aqui entre nós, é horrível , não é?
Conheço quem garanta que passar a ferro é relaxante, que se consegue abstrair e fazer planos para os dias de trabalho ou para os momentos de lazer e até ter ideias geniais que se revelam de grande utilidade. Eu só consigo ter ideias homicidas. Nos momentos em que me encontro de ferro na mão qualquer terrorista ou maquiavélico sanguinário e psicopata é um anjo, se comparado comigo.
Deixo alguma da roupa numa engomadoria, mas a que me sobra é suficiente para me estragar algumas horas, que, aliás, distribuo com muita parcimónia pelos vários dias da semana, de forma a evitar um atentado no meu prédio.
Mas a dúvida persiste: as pessoas que dizem gostar de engomar estarão a falar a sério ou tratar-se-á de uma piada irónica ou brincadeirinha para enganar parolos?


sábado, 9 de outubro de 2010

critérios



Quando paguei o meu guarda-chuva, a senhora da caixa disse-me que pensava que iria ter dificuldades em vendê-lo, pois já várias pessoas lhe tinham dito que não combina com o Inverno: é muito colorido e alegre. Exactamente. E não encontro razão que melhor justifique a minha compra.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Me gusta



Ao contrário dos últimos anos, desta vez não preciso ir procurar informação sobre o vencedor do prémio Nobel da Literatura, sentindo-me absolutamente ignorante.
Ufff! Que alívio.


Mario Vargas Llosa - Prémio Nobel da Literatura 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

mudam-se os tempos, mantêm-se as vontades...

Todas as tardes, enquanto eu vou caminhar, ele prepara o jantar. Para nós isto é normal. Tão natural como eu ficar a arrumar a casa enquanto ele vai a uma prova de BTT, ou eu ir deitar-me a ler um livro enquanto ele lava a loiça, ou eu aspirar a casa enquanto ele descansa um pouco no sofá. Mas parece que, aos olhos dos outros, só é aceitável que seja eu a dedicar-me à lida doméstica e ele ao descanso ou ao lazer. Parece que eu devia dizer “ele faz-me o jantar”, “ele lava-me a loiça” e ficar eternamente grata por ter ao meu lado alguém que entende que as tarefas não se devem dividir por sexo, mas por preferências, por estados de espírito, por disposição e capacidade.
Entender a divisão de tarefas como algo natural, óbvio e obrigatório ainda é pecado no século XXI. E, dizem, sou muito mal agradecida e estou muito mimada; se eu soubesse o que há por aí...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

constatações (5)




Ir caminhar enquanto escuto o podcast do Governo Sombra (pois... que levantar às seis e meia, trabalhar o dia todo e ainda conseguir correr uma hora seria demasiado para mim. Desde que as férias terminaram, uma caminhada de uma hora ao fim do dia já é um grande feito e uma viragem na minha vida)... mas dizia eu que ir caminhar enquanto escuto o podcast do Governo Sombra não é uma ideia muito brilhante, pois andar sozinha a sorrir ou mesmo a rir às gargalhadas é capaz de deixar os outros “atletas” um pouco desconfiados. E tendo em conta que me cruzo, diariamente, com as mesmas pessoas, é melhor tentar manter uma imagem de pessoa razoavelmente equilibrada.

da idolatria

Eu percebo que as pessoas façam alguns sacrifícios para ir ver os U2, ou outra banda ou cantor. Neste caso, é um concerto ao qual eu gostaria de assistir. Mas ir acampar com horas e horas de antecedência para ser o primeiro a entrar no estádio?!? Há aí qualquer coisa que eu não consigo atingir. Deve ser problema apenas meu.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010



Le Petit Prince - Saint-Éxupéry


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

constatações (4)




Um fim-de-semana caseiro, sem trabalho, sem computador, sem internet e quase sem telemóvel, fez milagres pela diminuição das revistas e dos jornais que se empilhavam, esperando, pacientemente, pelo seu momento.


Ninguém me convence do contrário: as novas tecnologias são inimigas da leitura.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

da blogosfera




As pessoas que têm blogues, ou que os lêem compulsivamente, acreditam que a blogosfera é muito importante. Não, não é. É apenas um espaço que cada um usa para escrever os dislates que entender, quando lhe der na real gana. E nada mais do que isso.









espelho meu, espelho meu

Existe alguém mais cansado do que eu?



segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A ausência de televisão explicada às crianças e ao povo



Muito raramente vejo televisão. O aparelho televisivo cá de casa passa várias semanas sem ser ligado. Não faço ideia de qual é a programação televisiva das várias estações. Não sei quais são, neste momento, os programas ou apresentadores da moda, quais os concorrentes adorados ou odiados e quando assisto a discussões inflamadas em defesa de fulano ou sicrano, do programa x ou y, desligo completamente e nem escuto os argumentos invocados.
Quando, casualmente, revelo este facto as crianças e adolescentes consideram-me uma E.T. e passam a olhar-me de forma estranha, já os adultos julgam-me pedante. E afinal, eu apenas não vejo televisão. Eu não digo que os programas televisivos são maus, que a televisão promove a ignorância, que me ocupo com actividades de maior relevância ou de maior riqueza intelectual. O que acontece é que, e ao contrário de muita gente, eu não sinto qualquer necessidade de ligar a TV para me sentir acompanhada, aliás, o barulho duma conversa que não estou a acompanhar incomoda-me. Sempre que tenho a possibilidade de escolher, opto por almoçar ou jantar num local em que não haja uma televisão aos berros. Além disso, em casa, apenas tenho um televisor na sala, que é também o local onde passo menos tempo, e quando lá estou aproveito-o para conversar, namorar ou assistir a um filme (ou tudo em simultâneo).
Em suma, se calhar não vejo televisão porque sou pobre. Porque tenho de trabalhar. Porque me falta o tempo. Tudo razões que não me dão qualquer superioridade intelectual sobre aqueles que passam, diariamente, três ou quatro horas diante de um televisor.





domingo, 19 de setembro de 2010

ide ver, ide ver

Vale bem a pena. Só até 26 de Setembro.




sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O excesso de zelo da Comissão Nacional de Protecção de Dados transcende-me



“(...)Por estes dias, a CNPD está a analisar, juntamente com o Ministério da Educação, os sistemas de registo e de gestão de alunos nas escolas e "muito brevemente vai pronunciar-se sobre isso", segundo Isabel Cruz, para quem a CNPD tomará medidas contra o que quer que "ponha em causa a privacidade das crianças".

Instalados nas escolas dos 2.º e 3.º ciclos e do secundário do país, os cartões electrónicos têm mais ou menos funcionalidades, consoante a escola. Nalgumas, o mecanismo electrónico limita-se a substituir a circulação de dinheiro, funcionando como meio de pagamento dentro do recinto escolar. Noutras escolas, o mecanismo já permite que os pais controlem as notas, horas de entrada e saída e as faltas dos alunos pela Internet(..)" Público - 10/Set/2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

gente gira

Tenho uma amiga que, de tempos a tempos, me fala de alguém que conhece(u), ou que eu gostaria de conhecer, dizendo que “é uma pessoa mesmo gira”. Este é o melhor cartão de apresentação e o melhor elogio que lhe poderia fazer.
Para ela, uma pessoa mesmo gira não é alguém com um corpo escultural, um cabelo sedoso e uma pele hidratada, que usa roupa cara e da moda. Uma pessoa mesmo gira é uma pessoa apaixonante e apaixonada pelos projectos que abraça, pelo trabalho, pelos outros e pela vida. É alguém com quem é um prazer passar o tempo, seja para uma conversa informal, seja para um trabalho que dura horas e durante o qual nem se olha para o relógio.
Hoje conheci uma pessoa mesmo gira!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sonhar é humano e (nem sempre) louvável


Não é que eu faça questão de ouvir as conversas dos outros, mas às vezes é inevitável. No café, hoje, foi assim:

Rapariga de 22 anos - Eu já avisei os meus pais. Este ano vou fazer apenas três cadeiras por semestre, no próximo ano termino. Não é preciso ter pressa, vou ter a vida toda para trabalhar; ainda só tenho 22 anos! Daqui a dois anos, termino e arranjo um bom emprego, que é para poder viajar. Tenho de aproveitar bem enquanto vivo com os meus pais.

(Crise... desemprego... emprego precário... Não há!)

ikea



Gosto do IKEA. Gosto do design, das cores, da funcionalidade dos objectos, mas quando escolho uma estante linda, linda, linda e trago para casa uma caixa espalmada, cheia de peças soltas, não consigo deixar de me sentir um pouco desapontada.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

nem tudo o que parece é

Há já algum tempo que eu queria fazer o trabalho que vou desenvolver nos próximos meses. Tive de conseguir esperar, estudar mais, trabalhar muito. Tive de fazer escolhas difíceis e arriscar bastante.
Consegui. E agora estou cheia de medo. Sou mesmo uma pseudo-corajosa de algibeira.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Primavera, Outono, Inverno, Verão




Eu juro que não percebo qual é o encanto que toda a gente vê no Verão.


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Quando é que eu arrumo o carro?



Quando me deparo com os heróis das passadeiras. Aqueles que quando vêem um carro parado, desaceleram o passo, param para conversar com os amigos, fazer telefonemas ou namorar e nos olham com ar de desafio.
Eu aproveito para arrumar a papelada que anda sempre na porta do carro, ver o que existe no porta-luvas (e as agradáveis surpresas que eu tenho?!), actualizar as estações de rádio que tenho memorizadas, procurar CDs perdidos... Enfim... há sempre muito para fazer.
Se tiver uma semana cheia de heróis, posso sempre arrumar a mala e aí, meus amigos, podem permanecer na passadeira o tempo que quiserem, pois será sempre pouco.
Só arranco novamente após ter(em) saído da passadeira ou quando alguém mais apressado me buzina. Garanto que resulta. O meu tempo não é desperdiçado e o ar de frustração que lhe(s) vejo espelhado no rosto é impagável!


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Os telemóveis não gostam de atum


No dia em que deixei o meu telemóvel cair dentro duma lata de (pouco) atum com (muito) óleo, onde ficou uns minutos por ser muito dificil tirá-lo de lá, imaginei que aquela intimidade não teria sido muito saudável. Pois é... tenho, neste momento, um telemóvel cuja parte digital está morta por afogamento: não faz chamadas, não escreve nem lê mensagens. Apenas me serve para receber telefonemas, quando tenho a sorte (ou azar) de chegar a tempo, pois, caso contrário, fico sem saber quem ligou.
Hoje vou tentar encontrar um telemóvel que cumpra os seguintes requisitos: seja branco, tenha câmara fotográfica, não seja estupidamente caro e que seja maior do que uma lata de atum.



O desacordo continua


Parece que é moda dizer que é insuportável ler a Visão ou o Expresso escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. Confesso que também não me agrada tirar o “p” do óptimo ou o “c” da acção, mas, uma vez que o mesmo entrou em vigor, considero que não vale a pena ser fundamentalista e afirmar que nunca o utilizarei, pois entendo que a língua é uma entidade viva e sofre mutações. Aliás, é essa a base da sua riqueza.
Sendo que o período de transição decorre até 2015, até me parece de louvar que o grupo Impresa o adopte nas suas publicações para facilitar a adaptação dos leitores.
O que não suporto mesmo é ouvir ou ler as críticas fervorosas vindas de pessoas que, em cada frase que escrevem ou verbalizam, recorrem a expressões inglesas, como se as portuguesas não fossem suficientemente claras, ou que escrevem mails e sms com a língua dos “k” e dos “x”, esquecendo, nesses momentos, a língua que tanto dizem defender.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

dos nomes próprios




Hoje conheci dois irmãos: o Salvador e a Felicidade.
Sem dúvida, têm uns pais mesmo optimistas!





domingo, 22 de agosto de 2010

Eu devia era andar entretida com leituras light

É assustador pensar nas barbaridades que, em nome da ciência, se estarão a cometer neste momento, perante os nossos olhos e concordância, e que se virão a comprovar não serem mais do que uma brutalidade.


“Itard [séc. XIX] levou a cabo os mais extravagantes procedimentos médicos com crianças (...) surdas, depois de os seus muitos anos de tentativas para lhes ensinar técnicas de oralidade se terem revelado completamente infrutíferos. Começou por aplicar electricidade nos ouvidos de alguns alunos (...) Furaram-se ainda os tímpanos de seis estudantes, mas a operação mostrou-se dolorosa e infrutífera, e Itard acabou por desistir. Mas já não o fez a tempo de evitar a morte de um estudante, que faleceu na sequência do seu tratamento... (Lane, 1992:191)”

“Alexander Graham Bell (...) considerava que, uma vez que existiam padrões familiares de surdez, se deviam recear resultados calamitosos, correndo-se, mesmo o risco de eles virem a constituir “uma variedade da raça humana na qual a surdez seria a regra e não a excepção” (Ibid.: 193).
Segundo nos diz Lane, Bell chegou a recomendar a criação de uma lei que proibisse o casamento entre pessoas pertencentes a famílias com mais de um surdo. Isso abrangeria o casamento entre pais ouvintes que pertencessem a essas famílias. No entanto, acabou por considerar que seriam precisos mais dados para justificar a aprovação de uma tal lei.”

(Maria do Céu Gomes, Lugares e Representações do Outro – a surdez como diferença)


Eu, infiel, me confesso



Tenho de confessar: ele não me serve para nada e não tem qualquer importância na minha vida.

Passo dias sem me lembrar da sua existência. Apenas partilho com ele o que me acontece de bom e de mau, ou qualquer outra situação, se não tiver por perto alguém com quem me apeteça trocar umas palavras.

E por falar em trocar... Às vezes, apetece-me terminar e recomeçar tudo com outro que tenha qualidades que nele não encontro: um que seja divertido, sem ser vulgar; erudito, sem ser pedante; atraente, sem ser exibicionista. Um que me orgulhasse de apresentar aos amigos e do qual me dissessem "é a tua cara; fica-te mesmo bem!"

Mas sei que também com esse eu seria distante, pouco dedicada e infiel. Sim, infiel e bígama. Porque, por vezes, apetece-me ter dois. Diferentes. Sinto que só dois completamente diferentes poderiam ir ao encontro das minhas necessidades.

Mas... dois...?! Nem pensar! Se com um já é o que é!

E é isto. De forma nua e crua é esta a relação instável e disfuncional que mantenho com o meu blogue.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

estas coisas não acontecem só aos outros...


Sete dias. Há exactamente sete dias que às 6h45 saio da cama, visto o equipamento desportivo, agarro no meu iPod e vou correr durante uma hora. Não falhei um único dia.
Afinal estas coisas não acontecem só aos outros...



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

qualidades


Se eu fosse uma vedeta e me pedissem para identificar a minha principal qualidade, responderia que é a capacidade de despachar pessoas que me chateiam e terminar conversas que me aborrecem. Palavra. Sou mesmo boa nisso.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

feitios


Das pessoas que eu conheço, sou a única a quem uma semana na tranquilidade dos Açores provoca stress.

Ah!... Já agora, considero os filmes de acção um excelente sonífero e a maior parte das anedotas entedia-me.


sexta-feira, 30 de julho de 2010

pois...


a vida é uma treta



Afinal o optimismo e o bom humor não conseguem ultrapassar todos os obstáculos. Tenho pena. Muita pena.
Obrigada pelos sorrisos e gargalhadas.

terça-feira, 27 de julho de 2010

ó minhas senhoras, decidam-se!



A conversa na mesa ao lado era, mais ou menos, assim:


Mulher 1 - Vi a Lia. continua com a mania de não querer ter uma relação séria, nem filhos... diz que a carreira está em primeiro lugar.

Mulher 2 - Pois sim.. Se houvesse alguém que lhe olhasse para a cara eu queria ver se ela continuava com essa conversa.. e até seria estupidez! Onde já se viu colocar a profissão à frente da família e duma vida pessoal completa!

M1 -É completamente diferente da irmã. Está grávida outra vez.

M2 - Outra vez?!?!? É o terceiro filho! Mas estará louca!? Ela nem terminou o curso com a parvoíce de querer casar cedo. Se o marido lhe der com os pés (e parece-me bem desse tipo!) está lixada!

M1 - Nem imagino o choque que seria... Se calhar ficava como a Carmo. Desde que se divorciou já correu todos os homens de Lisboa e arredores. Está com mais rodagem do que a Elsa Raposo. Eu até nem gosto de ser vista com ela!

M2 - Já na Raquel o divórcio teve o efeito contrário: a vida dela agora é casa-trabalho-casa. Deve haver freiras com uma vida bem mais movimentada do que ela.

M1 - Bem parva que está a ser. Para que lhe vai servir um prémio de santidade? Devia era aproveitar!

sábado, 24 de julho de 2010

how i met your mother


Descobrir esta série, no primeiro dia de férias, foi bom. Muito bom.



sexta-feira, 23 de julho de 2010

sobem os termómetros e as dúvidas recaem sobre mim


Quando os jornalistas exultam ao anunciar a previsão de temperaturas superiores a 35 graus terão o ar condicionado, do local onde estão a trabalhar, regulado para quantos graus?
Gostava de saber... assim, só por curiosidade....

quarta-feira, 21 de julho de 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

das viagens e dos viajantes

As pessoas que gostam mesmo de viajar são as que apreciam todos os momentos, não têm receio de se misturarem com os povos que visitam, usufruem dos cheiros, apreciam os sabores e não passam o tempo a fazer comparações com o país ou a cidade em que vivem.
Não conheço um único verdadeiro viajante, daqueles que já palmilhou desde a Nova Zelândia até à Islândia, que transporte toneladas de bagagem pela mera preocupação de levar sapatos e carteira a fazer pendant ou para garantir que a cor de cada t-shirt é a mais indicada para as calças que vai vestir nesse dia.
Com essa preocupação de guarda-roupa apenas conheço alguns coleccionadores de viagens, daqueles que escolhem os destinos da moda ou a pensar nas crises de invejite que poderão provocar. São os mesmos que ficam com pouco tempo para desfrutar das pequenas coisas porque andam atarefados a fazer compras ou a escolher as melhores poses para as fotos.
Ainda me falta muito para me poder incluir no primeiro grupo, mas, para meu orgulho, grito aos sete ventos que nunca pertenci ao segundo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

pode ser que eu me lembre disto antes de me inscrever no nível III...



...estes exames de língua gestual, em Julho, destroem-me os nervos.

domingo, 11 de julho de 2010

há sempre um "se"

Quando algumas pessoas justificam o brio profissional dos outros com o facto de não terem filhos estão, simultaneamente, a justificar o próprio desleixo, certo? É que se não é, parece.




sexta-feira, 2 de julho de 2010

Óbidos


Pouco me importa que me digam que o de Sta. Maria da Feira é melhor.
Daqui a umas horitas, é para este que eu vou comer com as mãos.



quarta-feira, 30 de junho de 2010

Se eu fosse uma “blogueira” assídua e disciplinada,

... teria falado da injustiça do despacho normativo 7/2010 (permite que alunos que tenham 15 anos e estejam em situação de não transição no 8ºano se proponham a realizar exames de equivalência à frequência do 9ºano e passem, automaticamente e queimando etapas, para o 10ºano) e teria dado voz ao sentimento de descredibilização do ensino e do esforço que me foi expresso pelos alunos empenhados.
Teria falado do empobrecimento da literatura, língua e cultura portuguesas neste mês de Junho, com as mortes de João Aguiar e José Saramago.
Teria lamentado o pouco destaque que se deu ao desaparecimento do primeiro.
Teria revelado que ainda não iniciei a minha época balnear e que detesto a praia no Verão. (Não, não é por causa das famílias e das criancinhas, nem da música ou do farnel dos vizinhos da toalha pirosa. Dentro dos limites do aceitável, penso que a praia é de todos e as minhas regras de conduta ou estética são tão válidas como as dos outros. Simplesmente não suporto expor-me sob um sol de 35 graus).
Teria partilhado as reflexões provocadas por Uma questão de beleza, de Zadie Smith.
Teria confessado que a leitura de Mal-entendidos, de Nuno Lobo Antunes, me tem deixado de olhos baços em vários locais públicos da capital.
Teria falado dos novos projectos para o próximo ano (e consequentes receios, anseios e dúvidas).
Teria feito referência ao mundial?!?! Não, provavelmente não...
Mas sou uma “blogueira” pouco assídua e muito displicente. Nota negativa para mim!

domingo, 13 de junho de 2010

ora, nem mais!


continuando...


O que disse para os filmes é igualmente válido para os livros. Por confessa incapacidade para escrever palavras tão certeiras, aqui uma bela crónica de João Gobern sobre Os Íntimos, de Inês Pedrosa.

(crónica de 2010-05-31: "Ò diabo já me viram")

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Gostaste?


Detesto ver um filme com pessoas que, ainda os créditos estão a passar, me perguntam sofregamente “Então, o que achaste?”
Preciso de algum tempo para digerir. Não gosto de filmes de efeito instantâneo: ver, opinar e já está. Sou incapaz de participar em tertúlias, grupos de discussão, ou seja lá o que for, que consistam em assistir a um filme e, em seguida, comentar ou discutir em conjunto aquilo a que se assistiu.
Prefiro, de longe, ouvir ou tecer um comentário sobre um filme, uma cena ou uma personagem numa situação inesperada, a meio de uma qualquer conversa, a propósito de uma história que faça recordar o mesmo. Por vezes, a partir destes breves momentos, descubro afinidades que me pareciam muito improváveis .
Uma breve troca de palavras num momento pouco oportuno ao seu desenvolvimento pode servir de mote para uma longa e interessante conversa sem hora marcada e sem guião.



quinta-feira, 10 de junho de 2010

Os Direitos Inalienáveis do Blogger*

1. O direito de ter (ou não) um blogue.
2. O direito de passar dias, semanas ou meses sem postar.
3. O direito de não dar continuidadade ao blogue.
4. O direito de reeditar posts anteriormente publicados.
5. O direito de postar não importa o quê.
6. O direito de criar uma personagem e/ou existência fictícia(s).
7. O direito de saltar de tema em tema.
8. O direito de ter temas-tabu.
9. O direito de publicitar, ou não, o seu blogue.
10. O direito de não querer falar sobre o que se postou.



* adaptação (muito) livre dos Direitos Inalienáveis do Leitor, de Daniel Pennac

quarta-feira, 9 de junho de 2010

ainda os biquínis


Admito que se trate de uma paranóia geograficamente delimitada, mas a febre dos biquínis regressou. Desta vez, ouvi recorrentemente as lamentações das colegas devido à impossibilidade de poderem desfilar com as suas recentes aquisições. Ainda por cima, (imagina tu, que horror!) biquínis caríssimos, porque os anos passam e o corpo já não é o que era há dois ou três anos. Agora é preciso investir num bom biquíni que disfarce as imperfeições da idade.
Eu juro que não percebo, mas partindo do princípio que toda a gente chama biquíni ao mesmo que eu, não consigo imaginar esses biquínis caros e maravilhosos (e milagrosos, atrevo-me a a acrescentar) que escondem celulite, gordura localizada e outras marcas e transformam um qualquer camafeu numa miss universo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

sabedoria (im)popular (4)


Cavalo dado...






... já não tem dentes.




quarta-feira, 2 de junho de 2010

publicidade gratuita (3) (e não intencional, devo acrescentar)

Ontem tirei a bicicleta da arrecadação. Limpei-lhe o pó, verifiquei a pressão dos pneus e testei os travões.

Hoje a Time Out sugere percursos para andar de bicicleta na cidade.

Acho que o universo está a conspirar para que eu, finalmente, recomece a pedalar e nós não devemos contrariar os sinais.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

rosa dos ventos


Já trabalhei e vivi no norte, no centro e no sul. Em cidades grandes, médias ou terreolas quase perdidas no meio de nada. No litoral e no interior. Em todos os locais conheci pessoas inteligentes, cultas, generosas, sofisticadas, modernas, informadas e também imbecis, broncos, egoístas, gente mesquinha e com mentalidade retrógrada.
Em qualquer das terras, tive o desprazer de conhecer preconceituosos que pensam que, para além dos limites da sua freguesia, os outros só lhe merecem desprezo ou escárnio: os da cidade olham com sobranceria para os coitados da santa terrinha; os das zonas rurais gozam com os citadinos que pensam que só existem galinhas no aviário ou que os morangos nascem nos supermercados; os do norte pensam que os alentejanos usam sempre a samarra e estão sempre a descansar; os do sul gozam com os do norte por não saberem falar… E as alarvidades continuam…
E eu que nunca tive (mas cada vez tenho menos) paciência para essas tretas, dou por mim a ter acesas discussões defendendo ora uns, ora outros, numa tentativa de desmistificar estas idiotices. Haja paciência!



terça-feira, 18 de maio de 2010

uma imagem vale mais que mil palavras


World Press Photo 2010


(Museu da Electricidade)
http://www.worldpressphoto.org/


Imperdível. Sobretudo porque, às vezes, precisamos de levar um murro no estômago...



quinta-feira, 13 de maio de 2010

constatações (3)


No domingo, ouvi vários benfiquistas jurarem a pés juntos que, sendo o Benfica campeão, acabaria, imediatamente, a crise económica.

Hoje, todos os meios de comunicação social apresentam as novas medidas de austeridade para fazer frente à dita cuja.

Então, como é que é? É que eu já estava a fazer esforços para começar a achar o futebol um desporto simpático e útil e até considerava a hipótese de me tornar sócia do glorioso.

Alguém me anda a mentir....

domingo, 9 de maio de 2010

o fim-de-semana em números

Na Feira do Livro, passei metade do tempo previsto e gastei o dobro do que pretendia.
Em casa, trabalhei o dobro do que me apetecia e descansei metade do que precisava.
Nestes dois dias, namorei metade do que gostaria e demorei, a arrumar a casa, o dobro do tempo que tinha destinado. Só li metade do livro que pretendia terminar e comi o dobro do aconselhável.

Se não se registar uma inversão destes números, nos próximos dias, receio transformar-me numa velha gorda e rabugenta muito rapidamente.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

publicidade gratuita (2)

Comprei o Erase Paste da Benefit, que as meninas da blogosfera consideram milagroso.
Aguardo, ansiosamente, o aparecimento de uma borbulha ou de umas olheiras dignas desse nome, para poder comprovar.
Há dias em que acordar com um aspecto perfeito é uma maçada ... :)


terça-feira, 4 de maio de 2010

A brincar, a brincar...



Neste momento, as minhas preferências informativas vão para o suplemento do Público, Inimigo Público, e para o programa radiofónico Portugalex, da Antena 1.

Posto isto, parece-me que posso deduzir que não ando a levar o mundo muito a sério...

prazeres

Adoro os livros que me provocam esta sensação de arrebatamento...


sexta-feira, 30 de abril de 2010

declaração de intenções

Alguém me informe, por favor, quando foi decretado que não se pode ir à praia com um biquíni da colecção do ano anterior.
A ver pelo desespero que, aos primeiros raios de sol, se apoderou do mulherio, parece-me que ir à praia envergando a indumentária que se usou no ano anterior é um crime público punível com chicotadas em pleno areal.
Eu correrei esse risco. Declaro que pretendo estender-me na minha toalha e pavonear-me junto ao mar com biquínis de 2009 e, quiçá, de anos anteriores. Acrescento que não pagarei coimas nem me responsabilizarei pelos danos que esse facto possa provocar nos olhos e sensibilidade estética das fashion victims ou alérgicos a colecções demodées. Como atenuante para qualquer eventualidade tenho o facto de esta medida estar contemplada no meu PEC pessoal (Plano para Evitar o Consumismo). Parafraseando o povo, “em tempos de crise, reciclam-se os trapos”.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

as crianças são o melhor do mundo (?!?)





Aluno 1 – A professora de Ciências já cá está.
Coro – Já?!?!?
Aluno 2 – Vamos portar-nos bué da mal para ela ficar pior da depressão, outra vez.
Coro – Ya, fixe!




quarta-feira, 21 de abril de 2010

desabafo de Quarta à tarde...




muitas vezes, canso-me de tanta embalagem e tão pouco conteúdo...*




* qualquer leitura literal será desadequada

quarta-feira, 14 de abril de 2010

IR(ritaçõe)S

Ou os testes psicotécnicos são o maior embuste de todos os tempos ou as minhas competências mudaram radicalmente. Pior. Perdi capacidades. Mais concretamente a capacidade de gostar e de executar eficazmente tarefas burocráticas e administrativas, pois preencher o meu IRS está a deixar-me à beira da loucura. E garanto que não é possível fazer aqui uma leitura positiva.
Senhor psicólogo, se eu tivesse seguido as suas orientações e tivesse enveredado pela área administrativa, como conseguiria eu enfrentar a falta de poesia dos impressos, modelos e documentação de toda a espécie?
Ainda bem que a adolescência é a fase de todas as recusas e que eu sempre gostei de ignorar as recomendações que me são apresentadas como verdades absolutas e caminho único para a felicidade.



sábado, 10 de abril de 2010

uma foto por dia, dá saúde e alegria (2)

Miradouro de São Pedro de Alcântara


sexta-feira, 9 de abril de 2010

bilhetes na mão...

... P16 e P17. Já cá cantam.

nada é tão improvável quanto parece...


Sou uma grande consumidora de gasóleo e, por isso, tenho cartões de todas as gasolineiras existentes. Há poucas semanas, perdi o cartão fastgalp com quase 4000 pontos. Perguntei se poderia pedir um cartão novo e recuperar os pontos antigos. Pedido negado. Cartão novo, vida nova… que é como quem diz, zero pontos. A esperança que me restava era que alguém o encontrasse e o entregasse num posto de abastecimento… Sim… pois… altamente improvável.
Hoje recebi uma carta da galp e, ainda antes de abrir, senti o cartão. Ó alegria!!! Os meus pontos de volta. Abri o envelope e não… não era o cartão antigo. Esse já expirou e enviaram-me o cartão de substituição com os meus pontinhos todos. Nunca um prazo de validade me pareceu tão simpático quanto este, tenho de admitir.