segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

31 de dezembro - dia de balança


Confirma-se: atingi o meu recorde pessoal. 
Nunca antes tinha estado tão gorda pesada.






quarta-feira, 10 de outubro de 2012

eu percebo imenso de moda


Hoje vim para casa muito feliz com uma pulseira giríssima que comprei. Já em casa, no momento de deitar fora o recibo da compra, percebi que afinal comprei um elástico para o cabelo.


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

2 em 1



Se uma pessoa resolve ultrapassar a barreira da relação meramente profissional para fazer de mim sua confidente de assuntos pessoais, mas, seguindo a sua filosofia tácita de vale tudo para conseguir ascender, me tenta passar rasteiras, quando volta a ter necessidade de fazer desabafos pessoais não pode achar estranho que deste lado não encontre ombro e tempo disponíveis. Lamento, mas não sou muito boa a fazer essas separações.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

página 191


Toda a gente sabe que o primeiro parágrafo de um livro é considerado decisivo por leitores e escritores. Toda a gente sabe que essas primeiras palavras são pensadas exaustivamente e têm o objetivo de conquistar. Eu também as leio antes de comprar ou decidir ler um livro, mas, normalmente, apenas depois abrir umas páginas ao acaso e ler uns parágrafos em dois ou três pontos diferentes.
Foi um destes acasos que me fez abrir este livro, de uma escritora que ainda não conhecia, exatamente na página que tinha este conto:



Tentar Aprender

Estou a tentar aprender que este homem alegre que se mete comigo é o mesmo homem sério que me fala de dinheiro com tanta seriedade que deixa até de conseguir ver-me, e esse homem paciente, que me aconselha em situações difíceis, e esse homem furioso que bate com a porta quando sai de casa. Desejei muitas vezes que o homem alegre fosse mais sério, e que o homem sério fosse menos sério, e que o homem paciente fosse menos alegre. Quanto ao homem furioso, parece-me um estranho e não creio que detestá-lo seja uma injustiça. Agora estou a aprender que, se digo alguma coisa desagradável ao homem  furioso quando ele sai porta fora, estou a ofender, nesse mesmo momento, os homem sério que fala de dinheiro e o homem paciente que me aconselha. Mas olho, por exemplo, para o homem paciente, que acima de tudo eu gostaria de proteger de palavras tão desagradáveis como as minhas, e, embora diga de mim para mim que ele é o mesmo homem que os outros, tudo o que posso é crer que não foi a ele que eu disse essas palavras, mas a outro, meu inimigo, que mereceu todo o meu furor.
Lydia Davis, Contos Completos, Relógio d'Água

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

meu querido mês de agosto

casa pintada e remodelada;
dois trabalhos da faculdade (os últimos!) concluídos (num deles falta um toque final);
várias novas receitas testadas e aprovadas;
quase uma semana passada "na terra" com a mãe;
alguns passeios a dois: uns dias em Madrid, fins de semana no Bussaco e em Castelo de Vide;
alguns restaurantes novos descobertos;
cinco livros lidos;
alguns filmes e episódios avulsos de séries (que não acompanho) vistos;
algumas horas de descanso;
dois quilos perdidos.

Não sendo as férias que eu tinha idealizado durante alguns meses, foram as possíveis e, no essencial,  cumpriram o seu papel.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

muito menos caricaturado do que possa parecer

                                                                              daqui

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

dúvidas que me apoquentam após uma tarde no shopping



- por que razão é impossível encontrar um fato de banho que não tenha sido desenhado para uma mulher pós-menopáusica ou uma artista de circo?
- porque é que a mulheres andam desenfreadamente a comprar roupa e calçado que só poderão usar em novembro?
- por que razão os homens ou moçoilos que não entram nas lojas de roupa optam por  esperar à porta, com ar de cachorrinhos, em vez de se  irem ocupar noutra coisa que não os faça parecer tão idiotas?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

o tecto perdeu o c, mas continua a dar estatuto



Uma pessoa paga uma mensalidade num ginásio e, de vez em quando, vai lá fazer umas horas de passadeira. É cool, fashion e outras coisas que não me ocorrem. Se garantir que, apesar de pagar, passa muito tempo sem por lá os pés ainda sobe mais na consideração de quem a ouve e é idolatrada.
Uma pessoa usa a via pedonal, ao ar livre e de acesso gratuito, da sua área de residência para caminhar. É uma bimba matrafona.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012

mudam-se os tempos e os locais, mantêm-se as vontades


A minha infância e adolescência foram passadas numa vila, onde tudo o que se fazia era controlado e criticado por um grupo de pessoas (velhas e menos velhas) que não tinha mais que fazer. Criticava-se o comprimento da saia da Maria, o penteado da Joana, os quilos de carne de porco que a vizinha do lado comprava para o marido, o tempo que a Adélia passava no café, o carrão que os vizinhos da frente tinham comprado, as gargalhadas da Adelina, o mau humor do Manel e muito mais. Sempre estive convencida de que este interesse pela vida alheia e esse deixar-se irritar pelo que os outros vestem, compram e fazem da sua vida era o reflexo de vidas muito vazias, numa terra com pouca oferta em termos de entretenimento e que era uma forma de passar o tempo. Mas eis que surgiram os blogues e vejo pessoas com vidas ativas, (supostamente) preenchidas e  que têm, certamente, muito com que se ocupar, ficarem incomodadas com as alças de soutien que se veem debaixo do top de algumas mulheres,  com as calças justas que alguns homens vestem, com as unhas de gel que dão um ar pimba, com o facto de as pessoas gordas também andarem na rua, e até nas praias, e a lista poderia continuar. E se no primeiro caso percebo que a maledicência fosse uma forma de ocupação no segundo não lhe encontro qualquer justificação e considero-a uma perda de tempo. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

achadores


Há pessoas com quem nos cruzamos na escadaria do prédio, no metro ou na cafetaria da esquina que acham que sim senhor, o governo faz muito bem em despedir professores e que aumentar o número de alunos por turma, eliminar disciplinas e ofertas formativas são ideias muito boas porque “quando eles querem aprender, aprendem”. São pessoas que também consideram... Não, não consideram. Acham. Estas pessoas, geralmente, acham tudo.  São pessoas que acham que fechar serviços de urgências também não faz mal nenhum, porque há muitos serviços de urgências a funcionar.  E, cá para mim, no seu íntimo devem pensar que se alguém morrer antes de conseguir ser atendido pode ser um funcionário público, um desempregado ou um velho reformado  (já se sabe que as pessoas que trabalham não têm tempo para essas coisas) e sempre é menos um ordenado, subsídio ou reforma a pagar. E eu ando a ficar mesmo muito triste. Porque do governo eu não espero nada há muito tempo, mas das pessoas que todos os dias se esforçam para fazer alguma coisa e que vivem do seu trabalho, sem cunhas e benesses, esperava muito mais.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Após várias conversas com alguns (ainda ou novamente) solteiros



As mulheres solteiras afirmam que todos os homens disponíveis são desinteressantes, feiosos ou uns engatatões de quinta categoria e que elas merecem muito mais do que isso.
Os homens solteiros dizem que todas as mulheres disponíveis são fúteis e burras, pãezinhos sem sal ou uns camafeus andantes e que eles merecem muito mais do que isso.
A minha proposta: revisão dos critérios de auto e de heteroavaliação.